De maneira relevante, este compilado de pronunciamentos de Alberto Jay Nock resume bem o descontentamento com o sistema educacional do ocidente.
Quem foi Albert Jay Nock?
Alberto Jay Nock foi um teórico libertário e crítico social que nasceu ainda no século XIX, recebendo sua educação antes da virada do século XX e da mudança no sistema educacional ocidental por ocasião dos acontecimentos terríveis que se deram no início do século XX, como a Primeira Grande Guerra (1914-1918) e da Grande Depressão, em 1929.
Ele pôde palestrar em várias universidades de renomes e para assembleias atentas e ávidas. Seus discursos alcançaram importantes figuras políticas, e suas ideias ainda permanecem no panorama educacional moderno.
Foi crítico do tecnicismo que viciou a educação, em montar alunos como o Fordismo mais tarde faria com o sistema de produção de consumo.
A Teoria da Educação nos Estados Unidos
O próprio autor aceitou a compilação de suas palestras e pronunciamentos em uma obra única, A Teoria da Educação nos Estados Unidos, como podemos reparar em seu prefácio.
Apesar de fazer uma revisão e ter a oportunidade de mudar alguns discursos informais, preferiu deixar como estavam a fim de manter o tom de conversa que imprimia em suas conferências.
Nesta obra, portanto, estão reunidos pensamentos, ideias, elucubrações e críticas sobre o panorama educacional de sua época, bem como de seus principais representantes. Jay Nock os cita abundantemente, a fim de deixar claro à plateia o que criticava ou defendia.
Um dos pensamentos que desenvolve nos primeiros pronunciamentos, a Grande Tradição é uma figura que usa para exemplificar o que era o ideal perfeito de educação. Em suas palavras: “esses estudos formativos faziam amadurecer, inculcando poderosamente um ideal e uma expectativa sobre a vida humana apropriados à maturidade, e que de fato são marcas específicas visíveis e exteriores da graça espiritual interior que é a maturidade”.
Para exemplificar melhor, Jay Nock relembra que o verdadeiro objetivo da educação não pode ser instrumental, mas formativo. O jovem deve sair experiente dos institutos de ensino, ciente por ter coberto todo avanço cultural que a História lhe permite; deve sair prudente por entender que suas descobertas são apenas um pequeno acréscimo a todo material científico e intelectual produzido pela humanidade.
Por que este livro é indicado a nós, brasileiros?
Ao ver o título da obra, podemos pensar que não é adequado a nós, brasileiros, palestras que versam sobre o sistema educacional dos Estados Unidos. Como países de regiões geopolíticas diferentes, o Brasil se enquadra pouco nas categorias que os Estados Unidos se encaixa.
Porém, diferente do que costumeiramente pensamos, basta apontar que a filosofia educacional ali desenvolvida foi pouco depois trazida para o Brasil pelo professor Anísio Teixeira, tomando forma documental no “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” (1932). Anísio, expoente do ideário educacional tão duramente criticado neste livro, foi discípulo direto de John Dewey, psicólogo e filósofo de grande destaque no contexto mencionado.
Portanto, no Brasil se privilegia sim a educação instrumental dita moderna. Numa era onde se prega tanto a diversidade, onde está o apoio a diversidade do Sistema Educacional Brasileiro? A fatiga das crianças e jovens por seguirem o mesmo cronograma, do modo que é ministrado, até seus 18 anos, deveria pelo menos nos fazer refletir, pais e educadores.
A Fides et Ratio Edições e Ensino, que traduziu a obra A Teoria Educacional nos Estados Unidos, apoiada também na Tradição Cristã, quer melhorar a experiência educacional que nossas crianças e jovens recebem para que tenham um futuro melhor. Venha conosco você também.
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