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Foto do escritorAmaro Junior

O temperamento sanguíneo nas crianças

Já tratamos, com aplicação, sobre as dificuldades e larguezas dos temperamentos melancólico (introspectivos) e colérico. É chegada a hora de falarmos do temperamento sanguíneo nas crianças.


Definição e conceito


Nosso fiel companheiro ao tratarmos dos temperamentos, o Pe. Timón-David, autor do livro Tratado da Confissão de crianças e jovens, afirma que os sanguíneos são grandes amigos dos ardores e pouco conhecidos da perseverança: “Exageradamente leves, empreendem tudo e não terminam nada”.


Em nossa terra, costumam chamar esses de “fogo de palha”: acendem rápido, fazem um grande volume de fumaça, mas, em apenas poucos segundos, perdem sua chama e seu combustível.


É preciso, portanto, que os educadores fiquem atentos às crianças com temperamento sanguíneo para uma educação mais efetiva. Como ensinar a estes resiliência, consistência e firmeza para continuar após os reveses da vida?


Em sua obra, o Pe. Timon-David nos revela quais as melhores abordagens e métodos para uma educação eficaz.


Predicados bons dos sanguíneos


Em primeiro lugar, o bom educador reforçará as atitudes naturalmente boas do sanguíneo. E quais são elas?


Para Santo Agostinho, “a virtude é nada senão amor perfeito a Deus”. (Agostinho 1948: 331-2). E os sanguíneos tem esta esplêndida vantagem: o Pe. Timón-David os cita como “muito amáveis; a alegria das reuniões, saberão fazer-se querer de todos e se deixarão levar por todos”.


Por isso, para uma criança de temperamento sanguíneo, o amor ao próximo e aos ideais e metas não lhe são estranhos. Além disso, são naturalmente divertidos, alegres, gostam de fazer rir aos outros.


Outra de suas qualidades é a capacidade de não guardar rancores. Para eles, o momento é o que importa, e o que ficou no passado é passado. Conseguem perdoar mais facilmente, e tem ótima capacidade de fazer amizades e as levar para toda vida.


Por outro lado, os problemas que o temperamento sanguíneo produz


Mas todo temperamento traz consigo boas e más inclinações. Para uma criança de temperamento sanguíneo, não bastará fazer-se presente nas reuniões e encontros; sua presença precisa ser notada, e ele lutará para que isto aconteça. Podem roubar facilmente a atenção dos adultos e responsáveis pela sua comunicabilidade e leveza.


Infelizmente, também não tem muito controle sobre suas emoções. Afetam-se muito com o que lhes acontece; não levam desaforo para casa e, como cita o Pe. Timón-Davi, comentando sobre o filho de Santa Joana de Chantal, o Senhor de Rabutin:

“Viam-no comungando piedosamente, seguir um momento depois o amigo que o havia escolhido como segundo, matar um adversário que nem sequer conhecia, e arrepender-se com uma facilidade e, sobretudo, com uma sinceridade que nunca compreenderão as pessoas de outro caráter, ou que não estudaram a natureza na sua realidade”.


A maior dificuldade do sanguíneo da educação


Porém, para os pais e educadores, a maior dificuldade de uma criança com um temperamento determinante sanguíneo é a falta de aplicação nos estudos. “É impossível o estudo sério. Toca tudo, aprende tudo e não aprofunda nada”, dizia o Pe. Timón-David.


Por isso, é essencial trabalhar esta dificuldade com o educando sanguíneo. Algumas ações podem facilitar o trabalho dos pais: eleger um tempo e um local próprios para o estudo, que se repetem todos os dias. A criação de uma rotina e de um ambiente propício para o estudo pode ajudar a criança a focar mais.


Por outro lado, nas instituições de ensino, já que os sanguíneos possuem muita imaginação, a melhor maneira de fazê-los se compenetrar é “fisgá-los” com uma ótima introdução, a fim de conservem o máximo de ardor mesmo depois da tarefa já ter sido designada.


Tudo isto e muito mais nos conta Pe. Timon-David em sua obra: Tratado da Confissão de crianças e jovens, um livro perfeito para pais e educadores que andam desconectados de uma educação católica que leva em conta as características naturais, os dons, as aptidões e os temperamentos de seus filhos ou alunos.

Acima de tudo, como dizia São João Bosco: “em todo jovem há um ponto acessível ao bem; a primeira obrigação do educador é tirar bom proveito disto”. Portanto, o empenho e a dedicação funcionam tão bem aos sanguíneos como aos outros temperamentos.

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